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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

"Vem Kauã... Vem pros braços da mamãe, vem abraçar o papai.. a gente está te esperando" - Relato do nascimento de Kauã em 23/12/2011

O melhor presente de natal de quem AMA as temáticas referentes ao ciclo gravídico-puerperal é certamente acompanhar um parto. E eu devo ter sido uma ótima pessoa pois o papai noel me mandou um parto surpresa pertinho do natal, que foi certamente o melhor presente que eu podia ter ganho!

No dia 22/12, a pedido da minha amiga doula Rachel da Costa de Brusque/SC, eu fui acompanhar um casal (Eliza e Clayton) que estava fazendo a indução no Hospital e Maternidade Ilha (Floripa). Eles haviam iniciado o acompanhamento com ela mas estariam somente os dois para o parto. Me apresentei e acabamos fechando o acompanhamento. 

Como eu estava em uma formatura, de vestido e sapato, acabei tendo que ir para casa me trocar. Quando cheguei, Eliza estava bastante nervosa e já com dores, e me disse que achava que ia preferir a cesariana. Eu lhe pedi que permitisse que iniciássemos as massagens e posições e então conversaríamos sobre isto, ela concordou. Clayton, o marido, pareceu bastante aliviado quando cheguei e comecei a acalmar a sua esposa.

Então ficamos na bola, lhe fiz massagens nas costas, caminhamos juntas e ela recebeu massagem nas pernas, que estavam dormentes e bambas por causa das contrações. Aos poucos ela foi se acalmando e o ápice foi quando entrou na banheira. Estava com quatro centímetros e ao sair já estava com sete, em menos de duas horas!

Apesar de estar sentindo muita dor, conversamos sobre a importância dela focalizar sua atenção nas contrações, de internalizar os sentimentos e ficar com ela mesma... Ela foi aos poucos conseguindo se acalmar, e prestar atenção na sua respiração. Quando vinha a contração, começava a gemer e eu lhe disse que ela estava cantando para o seu bebê. Gemer e expressar sons são maravilhosos durante o trabalho de parto e ao falar que ela cantava para o bebê ela sentiu-se reforçada. Começou então a cantar, a entoar mantras e a dizer: "Vem Kauã, vem para o colo da mamãe, vem abraçar o papai. A gente está te esperando" - Lindo demais.

Ela achou que as contrações estavam fortes demais e acabou pedindo uma analgesia. O Dr. Luis - plantonista do dia e sempre paciente e muito maravilhoso - lhe disse que iria preparar o centro cirúrgico. Quando subiu para a analgesia Eliza já estava com 9cm de dilatação. 

Quando voltou para a sala de parto o trabalho de parto deu uma parada, por causa da analgesia. O bebê ainda estava alto e as contrações diminuíram consideravelmente. Eliza começou a se ajudar muito e a correr no lugar - lembrou de que quando teve um dia que correr e depois teve muitas contrações. E isto realmente ajudou pois as contrações voltaram um pouco mais intensas. 

Com o passar do tempo ela voltou a ter contrações fortes, principalmente quando o efeito da analgesia cessou. Foi o que ela precisava, pois com contrações mais fortes lhe dava mais autonomia para empurrar... e assim, às 5h da manhã, nasceu Kauã! Um bebê lindo, com apgar 9/9, pesando 3150g e 47,5cm!



 Um parto muito bonito com uma família linda. Kauã ficou no colo da mãe e o cordão só foi cortado ao parar de pulsar. Além disso, mamou bastante na primeira hora de nascimento. Tudo lindo demais.

Parabéns a Eliza, guerreira que com a ajuda do pequeno Kauã trouxe ao mundo um anjinho!







Parabéns ao Clayton, que ficou do lado da esposa durante todo o tempo, lhe incentivando e lhe dando muito amor!

Parabéns ao Dr Luis, por ter sido tão paciente e amoroso - super a favor do casal e do parto normal!

Obrigada pela experiência de participar deste momento tão importante!

Carolina























quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Grupo de Gestantes e Casais Grávidos - Início 9 de Janeiro de 2012



Os grupos de gestantes são espaços de socialização de informações e vivências sobre a gravidez e puerpério, possibilitando que a experiência  seja vivida de forma mais tranquila, segura e saudável pelas gestantes e familiares.

PARTICIPEM! Inscrições abertas e VAGAS LIMITADAS!!



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nasceu Anita! Bem vinda ao mundo menina bonita!

Grazi e Vanin foram clientes muito especiais. Me contrataram exatamente na semana que completavam 36 semanas e assim já fomos iniciando o acompanhamento. Eles já eram pais de uma outra gatinha, chamada Catarina.

Ao completar 38 semanas Grazi já iniciou tendo contrações espaçadas, que ela chamou de "alarme falso".
No dia que completou 40 semanas me ligou, dizendo que achava estar começando o trabalho. E a gestante sabe mesmo, não é? Pois apesar de estar tendo quase quinze dias de alarme falso, naquele dia era mesmo início de trabalho de parto.

Fui para sua casa às 18h30 do dia 16 de Novembro e começamos a caminhar, acocorar, rebolar na bola.. E aos poucos o trabalho de parto foi deslanchando.. Quando ela relaxava, as contrações diminuíam e, depois que descansava e continuava caminhando, elas voltavam com frequência e força. Chegamos à conclusão que caminhar era a forma de melhor contrair e assim dilatar, e ficamos perambulando juntas por muitas horas. Entre os intervalos massagens nas costas, no cóccix, nos ombros, tudo com muito carinho e no escuro. Uma coisa linda é que durante a maior parte do trabalho de parto permanecemos no escuro, introspectivas.. 

Grazi veio sentindo muitas dores, bastante fortes durante as contrações, e há bastante horas o que me levou a crer que ela já estivesse adiantada no seu trabalho. Inclusive, não conversava mais, a bolsa já havia rompido e estava tendo dificuldades para manter-se caminhando. Às 4h da manhã, após ter tomado um banho, fomos para a maternidade.. e a nossa surpresa foi que Grazi estava somente com 2cm de dilatação. Pensamos em voltar para casa, mas o Dr. Ivo (que foi muito atencioso e paciente durante todo o trabalho de parto!) sugeriu que ficássemos para auscultar o batimento do bebê. E assim ficamos..

Dr. Ivo achou que o bebê não estava bem encaixado pois a dilatação não estava progredindo muito. Assim, sugeri que Grazi ficasse na posição genopeitoral, o que ajudou muito. Além disso, para relaxar um pouco, sugeri que ela fosse para a banheira, mesmo sendo início do trabalho de parto, pois suas dores estavam bastante fortes. 

Às 6h da manhã o trabalho de parto ficou ativo.. As contrações ficaram muito fortes e Grazi foi para a banheira. Lá ficou confortável pela primeira vez em horas. Apesar de ser cedo, no início do trabalho de parto, as suas dores eram bastante intensas e a água quente ajudou a dilatar, sendo exatamente o que ela precisava. Grazi foi muito guerreira, e contou com muito carinho e suporte do seu marido Vanin, que ficou sempre ao seu lado, mesmo pestanejando às vezes de tanto sono. 

Aos 7cm de dilatação, Grazi não aguentou mais a dor e pediu uma analgesia. Ela estava muito cansada (já haviam se passado 13 horas de trabalho de parto), desconfortável e com bastante dor. A banheira, caminhada ou massagens não estava ajudando mais. Aos 8cm fizemos a analgesia e estávamos no centro cirúrgico quando ganhamos mais um centímetro. Agora já eram 9cm! Estávamos todos confiantes para voltar para a sala de parto e continuar até os 10cm e então período expulsivo. O parto, é uma caixinha de surpresas, e mesmo estando batalhando para um nascimento normal, após 17 horas de trabalho de parto, acabou acontecendo algo que não esperávamos. O batimento cardíaco de Anita começou a diminuir muito, e ainda tínhamos algum tempo pela frente pois o bebê nem havia começando a coroar. Os médicos ficaram preocupados e continuaram auscultando para ver se havia melhora, o que não ocorreu.  

Anita nasceu com 3.275g do dia 17 de Novembro, por uma cesárea de emergência por desconforto fetal. E veio ao mundo para uma família muito corajosa e carinhosa. Parabéns a eles! Fiquei muito orgulhosa da garra e carinho deste casal tão especial... e bastante emocionada ao ver os avós, no dia seguinte, comemorando o nascimento da netinha. 




sábado, 22 de outubro de 2011

O pai grávido

Para discutir o tema PAI GRÁVIDO, um texto de autoria de Caio Melo do blog PaisModernos.com.br

Aproveitem!




Enjoar, ganhar peso, ter desejos, chorar e rir quase ao mesmo tempo... esses são sintomas clássicos de gestação. Principalmente nos primeiro trimestre da gestação, a mulher passa por esse turbilhão de novidades. Algumas não sentem quase nada, outras carregam esse pacote por quase toda a gravidez.

A maioria das pessoas, sensíveis e solidárias à futura mãe, relevam seus ataques de fúria descabidos, prantos desnecessários e até ajudam a satisfazer desejos não convencionais. O que muitas pessoas não sabem, porém, é que isso não é exclusividade das mulheres. Sim, isso que você entendeu. Os homens também podem manifestar esses sintomas. Eu, por exemplo, fui um dos felizardos a ganhar de presente essa chamada síndrome de couvade.

Não sei ao certo o que veio primeiro. Talvez por ter me envolvido desde o primeiro instante com a gravidez de minha esposa, tenha manifestado esses sintomas. Pode ser que devido aos sintomas eu tenha ficado mais atento à gestação. Realmente não acho que isso interesse muito. Se foi a galinha ou o ovo que veio primeiro, o mais importante é que nossa família só teve benefícios com a minha presença durante a gestação, parto e também na criação da pequena.

Partindo do princípio de que a mulher quer e realmente dá espaço para o homem se aproximar e descobrir-se no papel de pai (vale a pena ler o post Deixando o homem ser pai (http://paismodernos.com.br/2011/09/08/deixando-o-homem-ser-pai/), escrito pela Carolina Horn), há muito que o homem e a mulher podem fazer para viverem juntos um momento tão especial como é a gestação. Pela experiência que eu tive, sinto-me mais à vontade para dar dicas a eles.

Amigo, você provavelmente não entende nada de ultrassom, pré-natal, coisas para comprar, mudanças a fazer na casa e muito menos sabe contar gestação em semanas! Relaxe, nenhum de nós sabe no início (alguns nunca aprendem, mas isso é outra história), mas você pode aprender. Há uma lista imensa de bons livros, blogs e fontes de informação para entender melhor o universo da paternidade, que também envolve esperar o bebê.

Mas não vá pensando que ela, por ser mulher, sabe tudo e pode ensiná-lo todos os detalhes. Talvez ela esteja insegura com toda a pressão social de que precisa saber tudo... você partir desse pressuposto pode só criar mais ansiedade na futura mãe. Pergunte a ela, mas também pesquise e conte a ela o que andou lendo por aí. Você deixa de usar a mulher como um google pessoal e passa a compartilhar informações. Mais legal, não acha?

Entenda os nove meses de gestação (ou “36 a 40 semanas”, vai anotando) como um cursinho preparatório para ser pai e ter um filho. São coisas diferentes, que você mais pra frente vai entender. Quando a criança já tiver nascido, crescendo, aprendendo a andar, você lembrará saudoso de quando viu qual era o sexo do bebê, quando tentou entender aquele monte de pixels se mexendo na tela do ultrassom etc. Por isso, participe de tudo. Vá às consultas, pesquise tipos de carrinho, assista aos exames, fique por perto.

Não se interessa por nada disso? Não importa! Talvez mais pra frente descubra que foi importante ter ido, talvez não. Mas certamente estar lá, segurar a mão da gestante e ser cúmplice fará toda a diferença. Também tem algo que você não imagina no início. Você vai criando vínculo com seu filho... mesmo quando ele é só uma imagem incompreensível no monitor.

Algo que funcionou muito bem comigo foi esforçar-me ao máximo para estar sempre por perto e disponível, mas entender quando minha esposa queria um espaço só para ela ou para ela e outra mulher (mãe e irmã viram mentora e escudeira fiel para as batalhas de gestação).

Também lembre-se de que apesar da gestação ser algo muito importante, há uma mulher carregando aquele bebê. Todos pensam no bebê, perguntam por ele, mas e a mulher? Cuide dela, quem sabe uma massagem nos pés, um passeio no parque, um filminho com pipoca em casa, sair para jantar? Ela precisa se sentir valorizada, desejada e bonita... e é seu papel fazer isso, ok?

Em alguns momentos eu estava longe e ela chorava porque queria que eu estivesse perto. Quando eu estava em casa, teve vezes que ela quase me matou com o olhar pra eu ficar mais longe. Faz parte. Tente compreender e levar numa boa. Se achar ruim, pense positivo: é passageiro!

Certamente há muito mais o que fazer e aprender durante a gestação, mas essas poucas dicas já são um começo. O mais importante de tudo, pra mim, é ter em mente o seguinte: talvez aquela mulher seja sua esposa para sempre ou não, mas certamente ela sempre será a mãe do seu filho... e aquela criança sempre terá você como único pai. Tem algo mais importante do que esse núcleo de relações? Então capricha.

Ah! Antes que eu esqueça. futuros pais e mães, durmam muito! Porque como diz um amigo e escritor do mundo da paternidade Renato Kaufmann, “pais de todo o mundo, zumbi-vos”.


Caio Melo
@PaisModernos_
PaisModernos.com.br



terça-feira, 18 de outubro de 2011

Encontro sobre Parto Ativo - Atividade Gratuita


Convite para as gestantes e seus acompanhantes: Encontro aberto e gratuito
Parto Ativo
Dia 22 de outubro de 2011, sábado às 10h,  no Espaço Equilibrio 
Knussen 80, Porto da Lagoa, Florianópolis-SC
Quais as condições ideais para uma mulher dar à luz? O que é trabalho de parto e parto ativo? Como se dá este processo? Quando é necessária uma cesariana? Por que e onde se informar sobre isto? Estas e outras questões serão temas deste encontro.
Venha participar deste encontro de troca, informação e apoio.
Coordenação das psicólogas: Ana Trevisan CRP12/07125 e Carolina Horn CRP 12/10119
Favor confirmar presença pelo email ou telefone:
ana@mahadevi.com.br  -             (48) 96339930      
GAPP - Grupo apoiado pela Parto do Princípio

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Por que participar de um grupo de gestantes?


A gravidez, por ser um momento repleto de mudanças - corporais  e também da estrutura familiar - trás muitas dúvidas e inseguranças. Estas são compartilhadas pela maioria das gestantes e famílias e devem ser resolvidas para uma gravidez mais plena e tranquila. Um dos recursos buscados são os sites e blogs da internet, que falam sobre as mudanças e soluções de problemas na gravidez, entretanto nada como um espaço de troca entre pessoas que estão vivenciando esta mesma fase da vida.

Os grupos de gestantes são espaços de socialização de informações e vivências sobre a gravidez e puerpério, possibilitando que a experiência  seja vivida de forma mais tranquila, segura e saudável pelas gestantes e familiares.

A gravidez é um evento de caráter individual, pois cada gestante a vivencia de uma forma particular, mas que envolve o social, pois mobiliza a atenção do meio na qual a gestante vive e se relaciona, se estendendo assim a toda sociedade. 

A vivência da gravidez nos grupos é bastante enriquecedora, pois as trocas possibilitam maior aprendizagem e desenvolvimento pessoal. A troca de experiências possibilita a mulher e familiares a compreenderem melhor este período da vida, expressarem e elaborarem sentimentos e medos, esclarecerem dúvidas e enfrentarem dificuldades, preparando-se assim para a maternidade e paternidade.

Os grupos têm o objetivo de favorecer a consciência corporal da gestante, propiciar técnicas de relaxamento e respiração, permitir a expressão de vivências emocionais, promover a troca entre os participantes, promover suporte informacional e tirar dúvidas, além de compartilhar medos e inseguranças. 

Dos grupos de gestantes normalmente surgem grandes amizades que são levadas para as fases posteriores da vida dos participantes. Estas gestantes e famílias, que em pouco tempo tornam-se pais, continuam compartilhando suas experiências e dúvidas e permanecem uns nas vidas dos outros por bastante tempo. 

É importante que o grupo tenha uma coordenação sensível, que permita todos os participantes a exporem seus pensamentos e angústias e que estas sejam acolhidas. Ao expor suas vivências, os participantes podem ficar sensibilizados e portanto é importante que o coordenador tenha manejo do trabalho com grupos e assim possa dar continente e suporte necessário.




Ficou interessado com o trabalho de grupo com gestantes? Entre em contato através do 
e-mail cm.horn@gmail.com !

Grupo de Gestantes GRATUITO vem ai!

Fiquem ligadas!

O GRUPO DE GESTANTES e CASAIS GRÁVIDOS está sendo GERADO!
Esta atividade será gratuita!!



Em breve, mais informações!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NASCEU! Relato de um parto-presente-de-aniversário!

Venho acompanhando a dona deste barrigão desde agosto, pessoalmente, e há uns dois meses antes por e-mail. Ela e a sua família são estrangeiros e tiveram as últimas semanas de gestação e o parto no Brasil. Fiquei muito feliz em acompanhar esta família pois foi a primeira experiência que tive de doular em inglês.





Há quase quatro semanas atrás ela estava com três centímetros de dilatação e tinha certeza absoluta que o bebê nasceria antes da data prevista do parto. Era seu quarto filho e eu acompanhei com ela esta antecipação. Fiz inclusive os sapatinhos de bebê, como faço e dou de presente para todas as minhas doulandas, mas acabei entregando quase um mês depois!

Sua mãe estava chegando para ajudá-la e inicialmente a preocupação era que o bebê viesse ao mundo antes da avó, mas isto não aconteceu. Passaram-se os dias e as consultas com a querida Dra Roxana e os centímetros de dilatação não aumentavam e a data provável do parto chegava cada vez mais perto. Até que na sua 40a semana, os centímetros foram aumentando e ela estava agora com 4. 

Na semana seguinte, decidiu que não queria mais estar grávida e assim que induziria. A indução é um procedimento que é feito com ocitocina sintética, que aumenta as contrações, deixando-nas mais fortes e consequentemente dolorosas. Ela já havia passado por isto no primeiro filho e sabia do quanto o parto poderia ser mais difícil, mas estava convencida que preferia ver o filho logo.
Quando chegou o sábado de indução, fomos para o Hospital Ilha e a nossa surpresa foi qual? Ela estava com seis centímetros. Isso a deixou bastante feliz pois era um sinal que o bebê estava mesmo querendo nascer, só precisava de um "empurrãozinho".

Começamos a indução e tivemos a sorte de estarmos acompanhados pelo Dr. Fernando. Chegamos um pouco tarde na maternidade e ele já nos estava aguardando ("Pensei que não vinham! Até já liguei para a Dra. Roxana!"). 

Correu tudo perfeitamente! Em cerca de duas horas ela dilatou um centímetro, chegando aos 7cm. Durante o exame a bolsa rompeu e então o bicho começou a pegar...

E a minha querida cliente, antes tão sorridente e falante foi para a partolândia e ficou mais introspectiva, prestando mais atenção em si e no seu corpo. O marido constantemente me falava: essa daí é profissional, você vai ver, nem tem graça os partos dela. Eu sorria.

E foram exatas três contrações fortes, três empurrões e quarenta minutos. NASCEU. Veio ao mundo o pequeno brasileiro/americano. LINDO. 4215kg, 49cm. Um parto na água, sem lacerações. Muito emocionante. Toda a equipe foi muito colaborativa e tentou enrolar o inglês como podia. Esperaram o cordão parar de pulsar, permitiram a amamentação na primeira hora, tudo com muita calma e paciência como um trabalho de parto e nascimento merecem.

Agradeço de coração toda a equipe que nos acompanhou e permitiu este momento tão especial.
Hoje minha doulanda passa muito bem, já em casa com seus quatro filhos.
E está tão bem, mas tão bem, que amanhã provará seu primeiro churrasco comigo, na minha comemoração de aniversário. Que presentão hein?

Obrigada também a todos os amigos que acompanharam nos meus relatos esta doulagem. Fico feliz em compartilhar com vocês este momento tão especial.


Um beijo!

Carol

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

AMAmentação!

Hoje realizei uma consultoria de amamentação com um casal muito legal. Eles tiveram o primeiro filho há 25 dias e estavam tendo algumas dúvidas e dor na hora de amamentar. Este post é dedicado a eles e a todas as outras famílias que ao AMAmentar, promovem carinho, vínculo e segurança  ao bebê!

Para que a amamentação ocorra de forma tranquila, alguns cuidados devem ser tomados.

Antes de começar a amamentação, é importante que as mamas não estejam muito cheias, pois assim o bico do seio e a aréola ficam muito rígidos, o que dificulta a pega e sucção do bebê. Portanto, é importante esvaziar um pouco as mamas através da ordenha manual e então colocar o bebê para mamar. 



Quando o bebê for iniciar a pega, é importante que ele abra bem a boquinha, e abocanhe toda a aréola ou a maior parte dela. Caso o bebê sugar somente o bico, não conseguirá ejetar o leite e formará fissuras, que são geralmente muito dolorosas. 


Ao sugar, é importante notar a bochecha do bebê, que deve estar arredondada, sem que se formem "covinhas", pois estas são indício de pega incorreta. 



Se durante a amamentação a mãe estiver sentindo dores ou notar que o bebê não está pegando corretamente, é importante interromper a sucção. Para tal, coloca-se o dedo mínimo no canto da boca do bebê, retirando-o do peito. 


Como tratar as mamas para prevenir as fissuras

- O leite materno é um ótimo aliado pois ajuda na cicatrização das fissuras, portanto, é importante passá-lo nas mamas antes e depois de cada mamada;

- Não deixe que os mamilos sequem ao ar livre pois isto os  resseca e ajuda na formação das fissuras.

- Não puxar o bebê do peito e sim utilizar o dedo mínimo na sua boquinha para "tirar a pressão" da sucção.

- Esvaziar o peito caso este esteja muito cheio, até que a aréola fique bem flexível e macia.

- Observar a pega correta.

- Evitar contato com sutiã ou qualquer outro tipo de tecido da roupa, utilizando assim as conchas. 




Caso hajam dúvidas, ficarei feliz em ajudar! 

Carolina
(48)9969-0160
cm.horn@gmail.com


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A presença do pai

Há uns dias atrás eu escrevi um texto sobre a presença do pai na gestação para um blog muito interessante, chamado www.paismodernos.com.br . Eu divulguei ele no facebook mas talvez alguns pessoas não tenham lido. De qualquer forma, eu gostaria de postar o mesmo texto no meu blog pois acho muito importante o conteúdo dele. 

Após ter visto (e chorado) com o vídeo abaixo, acredito que a idéia de fortalecer a presença do pai na vida de uma criança (e na gravidez!), se faz ainda mais importante.

Para tal, reproduzirei aqui o texto de minha autoria que foi postado no blog PAIS MODERNOS

E de sobremesa, o vídeo maravilhoso que representa a presença do pai (e também da mãe) na vida de uma criança!

Um abraço!
Carol

"Quando uma mulher engravida é tomada por um turbilhão de emoções e sentimentos, além de muitos hormônios. E conforme a barriga vai crescendo, os quadris vão alargando e os seios ficando misteriosamente fartos, estes sentimentos vão constituindo todas as representações do seu mais novo papel social: ser mãe. Quando uma mulher engravida, é como se todos à sua volta engravidassem também, pois passam a se preocupar com ela, a querer cuidá-la, quase como se a prole que estivesse sendo gerada também lhes pertencesse e, portanto, devesse ser zelada e protegida. É uma mimação só: presentes para o bebê e para a mamãe, massagens, sorrisos, olhares atentos… O foco na gestante é tão intenso, que muitas vezes é como se o bebê tivesse sido feito somente por ela.
Mas e o pai? O que acontece com o pai? Afinal, ele é pelo menos metade da equação para se conceber um bebezinho. Por isso eu pergunto, o que acontece quando um pai engravida? Esta pergunta, apesar de bastante simples, não tem uma resposta na ponta da língua.
Vocês já viram um pai nos chás de fraldas? Muitos são gentilmente solicitados a não comparecerem ao evento. E quando comparecem, onde ficam? Servindo os salgadinhos e bebidas, obviamente. Muito recentemente eu fui a um e a metáfora do “pai excluído” me ficou muito clara. O pai, sorridente, apareceu atrás da gestante e suas amigas quando estas estavam tirando fotos. A fotógrafa, “gentilmente” gritou: “SAI GERALDO (nome fictício)! Teremos que repetir a foto meninas, o Geraldo apareceu!”. Não me aguentei e fui obrigada a pontuar, “gentilmente”, que sem o Geraldo, não haveria Clarinha (nome fictício do bebê).
O pai, apesar de não estar carregando o bebezinho na sua barriga, também tem as mesmas alegrias, preocupações, medos, dúvidas, mas infelizmente não recebe tanta atenção, mimos e cuidados como as mamães. E ainda deve ser um dos principais responsáveis por facilitar a gravidez da mulher e fazer as suas vontades. Quem não lembra da famosa situação do pai correndo de madrugada para levar tortas e quitutes para satisfazer os desejos de grávida de sua esposa. E quem se apressa para satisfazer os desejos deste pai?
O papel do pai durante a gravidez é pouco discutido nas pesquisas, e quando o fazem é normalmente para representar as consequências da sua falta. Por isso, pais, que também engravidam e passam como a mulher por todas as maravilhas e absurdos do ciclo gravídico puerperal, lhes dedico este post.
Quando os pais engravidam, muitos também sentem mais fome e ficam mais sensíveis. Um pai sensibilizado pela gravidez compartilha com a mulher as suas mudanças hormonais e engravida junto. Muitos pais podem desenvolver inclusive a Síndrome de Couvade, apresentando sintomas físicos e psicológicos parecidos e concomitante com os das mulheres.
A gravidez é essencialmente um momento de mudanças, de reestruturação emocional, pessoal e familiar e trás assim grandes possibilidades de aprendizado. Mas também muitas incertezas, inseguranças e dúvidas.
Este momento pode ser bastante conflituoso e ambíguo para o pai, que também está passando pelas dúvidas e medos da gravidez, precisando de tempo para processar as mudanças acarretadas por ela. Muitas vezes tem dificuldade ou não acha espaço para se expressar e acaba ficando excluído de todo o processo.
Sempre se fala de um instinto materno, que ao chegar a hora a mãe saberá como cuidar do filho. O pai como cuidador, que acorda de madrugada para acolher o choro do filho, que troca as fraldas e ajuda nos cuidados é um papel recente – e diga-se de passagem bastante cobrado. Entretanto, apesar de as mães quererem muito a participação ativa deste pai, muitas vezes não lhe dão o espaço necessário para aprender as rotinas e cuidado com o recém-nascido. Lembrem-se: nem todos os homens brincavam de casinha quando estavam crescendo, muitos terão dificuldade inclusive de segurar seu bebê, mas é imprescindível que aprendam e possam vivenciar a paternidade da forma mais plena e completa possível.
É importante dar espaço para estes pais que estão se constituindo, de permitir que eles expressem suas preocupações e ansiedades, que participem do acompanhamento pré-natal e dos preparativos para a chegada do bebê. Que opinem e tenham sua opinião levada em consideração, pois é pela experiência e por participar do processo da gravidez que o vínculo com o bebê poderá ser formado.
Portanto, fotógrafas, reservem vários flashes a estes rapazes! Mimem e cuidem deste pai que também engravidou. Pais, reivindiquem seu papel, ele é essencial na formação da família!
A formação da paternidade ocorre desde a gravidez, assim como o vínculo. Os dois – pai e mãe – passam juntos pelo processo e nada mais saudável se conseguirem se apoiar e dividir as dúvidas, preocupações e as belezas e alegrias de estar gestando uma nova vida."
Retirado de www.paismodernos.com.br/2011/09/08/deixando-o-homem-ser-pai/

E agora, para fechar, o vídeo.. Preparem os lencinhos!


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A psicoterapia dói?

No fim de semana passado participei de um workshop do meu curso de especialização e tive a agradável surpresa de ser não somente um encontro para integração do grupo, mas uma bela e dolorosa terapia de grupo. Várias vivências e histórias pessoais foram trazidas pelos participantes e, em meio do compartilhar de todos, comecei a pensar como a psicoterapia, na realidade, dói. 

Ao entrarmos em contato com todas as formas de abusos, negligências e violência que vivenciamos no decorrer da vida, a dor é quase insuportável.  Entretanto esta se parece como uma tempestade no mar, que depois do agito há a calmaria. Apesar de a psicoterapia por vezes doer, é uma dor COM O OUTRO, não é vivenciada sozinha, e como a tempestade, passa. E ao passar, nos dá uma sensação de integridade, de organização e principalmente força.

O que acontece na psicoterapia é que estes vividos dolorosos são acolhidos e respeitados por um profissional com disponibilidade para nos ajudar a lidar com as dores.

A psicoterapia se configura em uma situação em que todas estas coisas ruins que sofremos PODEM APARECER e serem ACOLHIDAS. No mundo real - fora do campo da terapia - temos medo de ofender e deixar os outros desconfortáveis com nossos problemas; medo de que por termos sofrido na vida eles possam se afastar de nós. Isto normalmente não ocorre na psicoterapia. Este campo é neutro, seguro, onde um profissional terá o respeito e disponibilidade para lidar com todas as coisas difíceis que possam ser trazidas.

Ao falar sobre os problemas, as peças do quebra cabeça vão se encaixando e as coisas parecem fazer mais sentido. Assim, a psicoterapia se torna um recurso para nos conhecermos melhor, para trabalharmos com nossas ferramentas e possibilidades de encarar as situações da vida. O papel do psicólogo é ajudar nesta trajetória, exemplificando, ampliando as possibilidades de ação e ajudando a perceber essas ferramentas que existem em nós. 

O que eu percebi com um workshop repleto de psicólogos, é que além de todo o estudo e afinidade pelos temas da Gestalt Terapia (uma abordagem de psicoterapia) que temos em comum, compartilhamos histórias e vivências parecidas - histórias de dor - e assim conseguimos nos identificar com a dor dos outros e de nossos clientes, desenvolvendo a capacidade de acolhê-la. 

Para finalizar este post, fica a definição de Psicoterapia proposta pelo autor e psicólogo Ênio Brito Pinto, no livro Gestalt Terapia de Curta Duração (2009).

"A psicoterapia, grosso modo, é o encontro de duas pessoas, o terapeuta e o cliente, com o propósito de analisar e compreender a vida do cliente visando facilitar a recuperação da qualidade do contato, da vivacidade, do ritmo e da abertura do cliente para a vida. A psicoterapia favorece alternativas para avaliar pontos de vista, percepções e posturas que afetam os sentimentos e o comportamento do cliente".


"A psicoterapia não é um processo de aprendizagem, não é um lugar onde o cliente vá aprender sobre si, mas antes, é um processo de exploração do mundo e de auto-exploração onde o cliente vai descobrir sobre si (...), quer seja sobre suas sombras, sobre sua luz, quer seja sobre suas belezas ou suas tragédias. Ao terapeuta cabe apontar as pontes e os caminhos, os abismos e as florestas por onde pode acompanhar seu cliente na aventura de conhecer-se".



terça-feira, 6 de setembro de 2011

VIII Bazar Coisas de Mãe - 10 de Setembro

Uma dica para o fim de semana é o Bazar Coisas de Mãe!

Você já conhece o Bazar Coisas de Mãe? É uma iniciativa que agrega mulheres profissionais que direcionaram as carreiras após o nascimento dos filhos. Elas trabalham na companhia deles e optaram por isso para que pudessem cuidar das crianças e não se separar delas em idade tão precoce.  São mulheres conectadas pelos princípios do respeito ao parto e nascimento e da maternidade consciente. Elas defendem a importância do parto natural, da amamentação exclusiva até os 6 meses e prolongada - como orienta a Organização Mundial de Saúde - e um modo de maternar amoroso, conectado, intuitivo, ativo e consciente. Conheça essa iniciativa visitando o blog do Bazar: www.bazarcoisasdemae.blogspot.com



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Parto legal é vertical!

Começo o post de hoje com esta frase piegas mas muito importante.
Hoje estava assistindo televisão e notei que, sempre que passam cenas de parto, as mulheres estão deitadas na cama do hospital, gritando de dor, com uma equipe completa de médicos e enfermeiras observando-a, ou então gritando para que ela se acalme. Se brincarmos do jogo dos erros nesta cena, quantos será que acharemos?
Em primeiro lugar, por que alguém grita mais do que a parturiente e pede ainda que ela se acalme? E principalmente: por que não tiram a mulher da cama? Por que não deixar a gravidade agir a seu favor?
A partir desta tarde televisiva que me inspirei e vim discutir com vocês algumas razões para o parto acontecer verticalmente (e naturalmente!).

A Organização Mundial da Saúde, desde 1996, preconiza posições verticais durante o trabalho de parto, além da possibilidade da parturiente movimentar-se livremente. 

Quando a parturiente caminha, o movimento dos quadris facilita a descida do bebê. Além disso, ao caminhar, a gestante está aumentando a circulação uterina e assim melhorando as contrações. O resultado é um parto com menor duração e melhor progressão. Durante a caminhada, adotar a posição de cócoras também pode ajudar a aliviar a tensão das costas e melhorar a dilatação. A utilização da bola é igualmente um ótimo recurso para diminuir as dores e aliviar a tensão, assim como os banhos de imersão e de chuveiro. 

E principalmente, adotar posições verticais significa estar ativo durante o trabalho de parto. 




Isto também não significa que devemos correr e tirar a parturiente da cama durante todo o trabalho de parto e impedir que ela se deite novamente. Lembrem-se que o papel do acompanhante é estimular a movimentação e adoção de métodos não farmacológicos para o alívio da dor, mas a principalmente respeitar a gestante e suas necessidades (inclusive a de descanso!).

E o que fazer quando passarem na TV trabalhos de parto horripilantes, conforme os relatados anteriormente? Mudem de canal, ou escrevam um post em seus blogs discutindo o que NÃO fazer no trabalho de parto!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Mas afinal, o que é uma doula?

Quando falo para as pessoas que eu sou psicóloga, normalmente eles me perguntam se eu cuido dos loucos. O estereótipo é horrível, mas histórico e, portanto, até consigo explicar o meu trabalho sem relacioná-lo totalmente aos hospícios e manicômios.

Entretanto, quando digo que também atuo como doula, o que normalmente acontece são expressões de dúvida que sugerem a pergunta: "Doula? É de comer?"

Acho importante formalizar então para os leitores alguns aspectos do que significa ser uma doula.

Doula é uma palavra de origem grega que significa "mulher que serve". Antigamente o parto era assistido somente por outras mulheres, mais experientes e que já haviam passado pelo processo de nascimento dos próprios filhos. Estas davam suporte para a parturiente e a acolhiam durante todo o trabalho de parto. 


No tempo das nossas bisavós e avós, quem ficava ao lado das mulheres em trabalho de parto eram estas mulheres mais experientes e também as parteiras.

Com o passar do tempo o parto começou a tomar outra configuração e a ser tratado como assunto médico, acontecendo nos hospitais e maternidades. Assim vários profissionais foram ocupando a cena, cada vez mais especializados (enfermeiras, obstetras, pediatras) e foram conduzindo o parto com diversas intervenções. A parturiente foi aos poucos perdendo seu protagonismo e deixando seus instintos, necessidades e sabedoria de lado e permitindo que esta equipe conduzisse e "fizesse" o parto por ela. 

A doula tem um papel fundamental nesta equação, pois cuida da mulher durante o trabalho de parto, lembrando-a do seu lugar de destaque no nascimento, EMPODERANDO-A. 

Este trabalho começa desde o pré-parto, enquanto a gestante ainda está grávida e muitas vezes cheia de dúvidas, medos e carregando consigo não somente um bebê mas um milhão de mitos e crenças, como a de que não é capaz de parir, que a dor é terrível e que a cesariana marcada é a melhor opção. A doula, com muito cuidado e responsabilidade tem o objetivo de responder às dúvidas desta mulher e família, e prepará-la para a chegada  do bebê. São discutidos planos para o parto, movimentos, posições, exercícios e tipos de respiração, que ajuda a gestante e família a compreender o processo e aos poucos ir perdendo o medo dele.

A presença da doula continua no processo da gravidez e tem seu ápice no trabalho de parto. No hospital ou no parto domiciliar ela é mais um membro da equipe que vem a acrescentar sua experiência e disponibilidade para com esta mulher que está parindo.  A doula dá suporte também ao acompanhante, mostrando como ele pode ajudar a parturiente e oferecendo-lhe apoio. O acompanhamento é contínuo e começa na casa da família e se prolonga até o nascimento do bebê, independente dele ocorrer em casa, na maternidade, no hospital, na clínica, ... 

Após o nascimento há ainda todo um cuidado com esta nova família, e a doula presta apoio nos primeiros dias da chegada do bebê e muitas vezes o contato se prolonga por muito tempo. O vínculo formado normalmente é tão forte que há doulas acompanham os primeiros aniversários e continuam presentes na história da família durante bastante tempo. No puerpério (pós-parto) as famílias consultam a doula e continuam a tirar dúvidas sobre os cuidados necessários com a mãe após o parto e também com o recém-nascido. Há um tipo de doula que se especializa nesta etapa do processo que é chamada de doula de pós-parto. 

A doula é um membro da rede de apoio desta família e peça fundamental durante todo o processo de parto e nascimento. 

O meu acompanhamento funciona com consultas no pré-parto (normalmente três mas este número varia com a necessidade de cada família), além de todo o acompanhamento durante o parto e suporte no pós parto. No pós-parto são realizadas normalmente duas visitas, uma na maternidade e outra uma semana após o nascimento, na casa da família. Ainda tem dúvidas? Não hesite em escrever!

Um abraço,

Carolina 
A Psicodoula 
(me apelidaram assim e eu gostei!)



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Doula: guardiã do campo e facilitadora de awareness no parto


O parto se configura como um processo em que a gestante se encontra em intensa labilidade emocional e regressão, sendo que as vivências do parto são influenciadas por mitos, crenças e a partir das experiências sociais da parturiente. O mito da dor do parto é um dos fatores que leva as gestantes a buscar cesarianas e outras intervenções, colocando-se à mercê da equipe de saúde e assim, abrindo mão do protagonismo do próprio parto.

O processo de parto e nascimento pode ser humanizado ao disponibilizar condições para que a parturiente se coloque em posição ativa, por meio do encorajamento e empoderamento da mesma. É neste campo que se configura a atuação da doula, que ao acompanhar a gestante em trabalho de parto, lhe promover suporte informacional, físico e continente afetivo, devolve-lhe o protagonismo deste momento tão importante.


A doula tem a missão de proteger o trabalho de parto, os desejos e necessidades da gestante e permitir que ela possa parir da forma mais natural possível. Assim, a doula possibilita condições para que a parturiente desenvolva awareness e assim perceba seu corpo e necessidades, podendo então satisfazê-las.

Awareness é o processo de dar-se conta de como se está no campo, focalizando a atenção em si mesmo e podendo assim ter a consciência de si, dos processos que normalmente estão ocultos ou que não são dados atenção. Este é um conceito da Gestalt Terapia, utilizado na clínica, e que faz todo o sentido para contextualizar o processo do parto. Com awareness a gestante tem a possibilidade de voltar-se para si mesma, para seus instintos, desligando-se dos demais estímulos e podendo assim identificar quais são suas necessidades.

É juntando a experiência e conceitos da psicologia, além dos muitos outros saberes aprendidos na prática e estudos sobre parto e nascimento que venho contextualizando meu trabalho.

Este é um post inaugural do blog Empoderando-se, que combina minhas duas paixões e formas de atuação.

Um abraço,
Carolina Horn
Psicóloga e Doula

                                               Imagem por Adrian Baker (http://www.adrianbakerart.com/)