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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A presença do pai

Há uns dias atrás eu escrevi um texto sobre a presença do pai na gestação para um blog muito interessante, chamado www.paismodernos.com.br . Eu divulguei ele no facebook mas talvez alguns pessoas não tenham lido. De qualquer forma, eu gostaria de postar o mesmo texto no meu blog pois acho muito importante o conteúdo dele. 

Após ter visto (e chorado) com o vídeo abaixo, acredito que a idéia de fortalecer a presença do pai na vida de uma criança (e na gravidez!), se faz ainda mais importante.

Para tal, reproduzirei aqui o texto de minha autoria que foi postado no blog PAIS MODERNOS

E de sobremesa, o vídeo maravilhoso que representa a presença do pai (e também da mãe) na vida de uma criança!

Um abraço!
Carol

"Quando uma mulher engravida é tomada por um turbilhão de emoções e sentimentos, além de muitos hormônios. E conforme a barriga vai crescendo, os quadris vão alargando e os seios ficando misteriosamente fartos, estes sentimentos vão constituindo todas as representações do seu mais novo papel social: ser mãe. Quando uma mulher engravida, é como se todos à sua volta engravidassem também, pois passam a se preocupar com ela, a querer cuidá-la, quase como se a prole que estivesse sendo gerada também lhes pertencesse e, portanto, devesse ser zelada e protegida. É uma mimação só: presentes para o bebê e para a mamãe, massagens, sorrisos, olhares atentos… O foco na gestante é tão intenso, que muitas vezes é como se o bebê tivesse sido feito somente por ela.
Mas e o pai? O que acontece com o pai? Afinal, ele é pelo menos metade da equação para se conceber um bebezinho. Por isso eu pergunto, o que acontece quando um pai engravida? Esta pergunta, apesar de bastante simples, não tem uma resposta na ponta da língua.
Vocês já viram um pai nos chás de fraldas? Muitos são gentilmente solicitados a não comparecerem ao evento. E quando comparecem, onde ficam? Servindo os salgadinhos e bebidas, obviamente. Muito recentemente eu fui a um e a metáfora do “pai excluído” me ficou muito clara. O pai, sorridente, apareceu atrás da gestante e suas amigas quando estas estavam tirando fotos. A fotógrafa, “gentilmente” gritou: “SAI GERALDO (nome fictício)! Teremos que repetir a foto meninas, o Geraldo apareceu!”. Não me aguentei e fui obrigada a pontuar, “gentilmente”, que sem o Geraldo, não haveria Clarinha (nome fictício do bebê).
O pai, apesar de não estar carregando o bebezinho na sua barriga, também tem as mesmas alegrias, preocupações, medos, dúvidas, mas infelizmente não recebe tanta atenção, mimos e cuidados como as mamães. E ainda deve ser um dos principais responsáveis por facilitar a gravidez da mulher e fazer as suas vontades. Quem não lembra da famosa situação do pai correndo de madrugada para levar tortas e quitutes para satisfazer os desejos de grávida de sua esposa. E quem se apressa para satisfazer os desejos deste pai?
O papel do pai durante a gravidez é pouco discutido nas pesquisas, e quando o fazem é normalmente para representar as consequências da sua falta. Por isso, pais, que também engravidam e passam como a mulher por todas as maravilhas e absurdos do ciclo gravídico puerperal, lhes dedico este post.
Quando os pais engravidam, muitos também sentem mais fome e ficam mais sensíveis. Um pai sensibilizado pela gravidez compartilha com a mulher as suas mudanças hormonais e engravida junto. Muitos pais podem desenvolver inclusive a Síndrome de Couvade, apresentando sintomas físicos e psicológicos parecidos e concomitante com os das mulheres.
A gravidez é essencialmente um momento de mudanças, de reestruturação emocional, pessoal e familiar e trás assim grandes possibilidades de aprendizado. Mas também muitas incertezas, inseguranças e dúvidas.
Este momento pode ser bastante conflituoso e ambíguo para o pai, que também está passando pelas dúvidas e medos da gravidez, precisando de tempo para processar as mudanças acarretadas por ela. Muitas vezes tem dificuldade ou não acha espaço para se expressar e acaba ficando excluído de todo o processo.
Sempre se fala de um instinto materno, que ao chegar a hora a mãe saberá como cuidar do filho. O pai como cuidador, que acorda de madrugada para acolher o choro do filho, que troca as fraldas e ajuda nos cuidados é um papel recente – e diga-se de passagem bastante cobrado. Entretanto, apesar de as mães quererem muito a participação ativa deste pai, muitas vezes não lhe dão o espaço necessário para aprender as rotinas e cuidado com o recém-nascido. Lembrem-se: nem todos os homens brincavam de casinha quando estavam crescendo, muitos terão dificuldade inclusive de segurar seu bebê, mas é imprescindível que aprendam e possam vivenciar a paternidade da forma mais plena e completa possível.
É importante dar espaço para estes pais que estão se constituindo, de permitir que eles expressem suas preocupações e ansiedades, que participem do acompanhamento pré-natal e dos preparativos para a chegada do bebê. Que opinem e tenham sua opinião levada em consideração, pois é pela experiência e por participar do processo da gravidez que o vínculo com o bebê poderá ser formado.
Portanto, fotógrafas, reservem vários flashes a estes rapazes! Mimem e cuidem deste pai que também engravidou. Pais, reivindiquem seu papel, ele é essencial na formação da família!
A formação da paternidade ocorre desde a gravidez, assim como o vínculo. Os dois – pai e mãe – passam juntos pelo processo e nada mais saudável se conseguirem se apoiar e dividir as dúvidas, preocupações e as belezas e alegrias de estar gestando uma nova vida."
Retirado de www.paismodernos.com.br/2011/09/08/deixando-o-homem-ser-pai/

E agora, para fechar, o vídeo.. Preparem os lencinhos!


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