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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Psicologia na Gravidez: promoção de saúde para uma experiência mais positiva de gravidez, parto e pós parto

Quando a mulher engravida muitas mudanças a acometem e à sua família. A chegada de um novo membro é um período de crise na estrutura familiar. Não me refiro à crise como terror, como desespero, mas sim como uma forte mudança em um sistema que antes se encontrava estável. 
Essa desestabilidade provoca a mudança de papéis em todos os membros: antes quem era somente filho se torna pai, os filhos únicos tornam-se irmãos, quem era mãe agora será também avó. Todas as mudanças, por mais lindas que sejam, trazem com elas inseguranças, medos e também conflitos.

Além das mudanças estruturais na família, a gravidez envolve mudanças corporais e de humor na mulher, e que afetam também todos ao seu redor. As mulheres percebem seu corpo modificar-se, os seios ficam maiores, o quadril alarga e a barriga cresce. A taxa de alguns hormônios aumenta consideravelmente e as elas ficam muito mais sensíveis, chorosas e carentes. Apesar de todas as mudanças serem usuais, quando passamos por esta fase o mundo não parece mais o mesmo e uma atenção extra à família pode ser necessária.

Mesmo em casos de gravidezes que ocorrem tranquilamente, muitas vezes o casal se vê com necessidade de conversar com algum profissional a respeito de seus medos relacionados à chegada do bebê e inclusive aos "pavores" relacionados ao trabalho de parto. 

Inclusive, muitas mulheres desistem da idéia do parto normal por terem medo da dor do parto. Outras desistem também por muitos mitos: meu marido não vai me olhar mais, o "parque de diversões" ficará arruinado, etc. E a amamentação? Qual mulher nunca pensou em desistir de amamentar por razões estéticas? Muitas inclusive começam a amamentar mas o cansaço as vence e então desistem. É importante se preparar durante a gravidez, para compreender os processos que estão ocorrendo em seu corpo e principalmente para desmistificar mitos referente ao parto e também aos cuidados com o bebê.

O papel do psicólogo no ciclo gravídico puerperal tem o objetivo de acompanhar esta família, e ajudá-la na compreensão dos seus medos e resolução dos conflitos provenientes desta fase de mudança; é ser guardião de um campo que promova o empoderamento das gestantes e seus acompanhantes, para que elas possam ter a melhor experiência possível de gravidez, parto e pós-parto.

Este acompanhamento promove a saúde e faz com que as famílias se sintam mais preparadas e tranquilas para passar pelas mudanças da gravidez e chegada do bebê. 

Tem interesse em conhecer o trabalho? Conhece alguém que possa ter? Entre em contato por cm.horn@gmail.com

Um abraço!

Carolina Horn
Psicóloga (CRP: 12/10119)
e Doula

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Conheça seu obstetra!

Encontrei este teste bem humorado escrito por Ana Cris Duarte no site  http://www.amigasdoparto.com.br que pode conduzir boas primeiras consultas com os médicos obstetras e saber se eles são ou não favoráveis ao parto natural.

Confiram!

Essa é uma lista bem humorada de perguntas a se fazer ao seu obstetra. Na verdade é um teste para verificar que tipo de médico ele é: do mais intervencionista ao mais liberal. Apesar do tom informal, as "respostas certas" foram inspiradas nas evidências científicas e nas recomendações daOrganização Mundial da Saúde.
1) Qual a sua postura em relação à "cesárea x parto normal"? 
a) O parto normal é o melhor, mas só dá para saber na hora.
b) Hoje em dia não faz sentido ter bebê por parto normal, com as técnicas de cirurgia tão avançadas e seguras. A recuperação é rápida e graças aos novos antibióticos, antinflamatórios, antitérmicos e analgésicos, você pode ter uma vida quase normal em menos de 2 meses.
c) O parto normal é melhor, mas na sua idade (ou com o seu peso, ou nessa época do ano, ou para uma pessoa sensível como você) a cesárea é mais garantida.
d) O parto normal é melhor e pelo menos 90% das mulheres podem dar à luz naturalmente. Você também tem tudo para ter um parto normal e nós vamos nos preparar para isso!

2) Quais intervenções no parto você considera essenciais? 

a) O que eu uso nos partos é o soro com ocitocina (hormônio) para acelerar as contrações, episiotomia (corte no períneo) e rompimento da bolsa aos 5 cm de dilatação. Mas às vezes tenho outras idéias durante o parto. Depende do dia e dos meus compromissos.
b) Eu uso as intervenções apenas em raros casos, até porque a maioria delas podem ter efeitos colaterais indesejáveis. A natureza pensou em tudo, para a grande maioria das mulheres.
c) Só a anestesia, porque acho que a mulher não deve sentir dor. O resto varia de mulher para mulher.
d) Só a episiotomia, porque o parto pode destruir a vagina da mulher e provocar incontinência urinária.

3) Em que posição posso dar à luz? Posso ter um parto de cócoras? 
a) Ra ra ra ra.... Parto de cócoras? Você não é índia, é? A mulher de hoje não tem musculatura para ficar de cócoras. Você quer ser partida ao meio, minha filha?
b) Semi-reclinada, pois no centro obstétrico da maternidade onde atendo, tem uma mesa de parto que permite que a paciente eleve um pouco as costas.
c) Da forma que você se sentir mais confortável, podendo ser de cócoras, de quatro, de lado ou de outro jeito que você inventar. A única posição que eu procuro não incentivar é deitada, porque o bebê pode ter o suprimento de oxigênio comprometido.
d) Como assim? Existe outra posição para dar à luz que não seja deitada?

4) Qual será sua postura caso eu recuse alguns procedimentos que você esteja recomendando?
a) O parto é seu. Você decide o que é melhor. Se eu indicar um procedimento, vou te explicar porque, vantagens e desvantagens, mas quem tem que resolver é você.
b) Eu não recomendo procedimentos. Eu faço. Na hora do parto você não tem condições de discutir o que é bom para você. Aliás, desde o início da gravidez a mulher tem o comportamento alterado, bem como a capacidade de discernimento.
c) Eu terei que abandonar o atendimento e chamar um plantonista, pois não quero me responsabilizar pelas desgraças que podem acontecer ao seu bebê.
d) Você não tem o direito de recusar um procedimento que está sendo prescrito para o bem do seu bebê.

5) Até quanto tempo você espera na gestação, antes de indicar procedimentos por "passar da data"?
a) Eu espero até 40 semanas. Depois disso faço a cesárea. Nem tento a indução, porque é tempo perdido. Ou você prefere arriscar a vida do seu filho e viver com esse peso pro resto dos seus dias?
b) A gestação normal vai de 38 a 42 semanas. O que eu proponho é um cuidado mais intenso depois que passa de 41 semanas. Mas a princípio, enquanto o bebê e a placenta estiverem bem, eu não faço nada. Passadas 42 semanas, podemos começar a pensar em indução do parto.
c) Eu espero até 40 semanas. Depois disso interno para induzir com soro.
d) Eu espero até 41 semanas e depois interno para induzir com citotec.

6) Você tem o hábito de pedir permissão e informar tudo o que você acha necessário fazer durante a gestação e o parto? 

a) Como assim, pedir permissão? Eu estudei 10 anos, trabalho há 15 anos com partos e sei o que estou fazendo. Se for pedir permissão para fazer tudo, vou passar o dia nessa lenga-lenga com minhas pacientes.
b) Só peço permissão quando acho que o procedimento vai doer.
c) Não faço nem um exame vaginal sem pedir permissão, pois o corpo é seu, o parto é seu. Meu dever é fazer o melhor, desde que você me permita e entenda o que está acontecendo.
d) Depende do dia, pois às vezes depois de 2 plantões seguidos, eu fico meio impaciente.

7) Qual é a sua taxa de cesáreas?

a) Não sei, não tenho contado ultimamente... Se é alto? Não considero alto, porque hoje em dia as mulheres só querem cesárea. A culpa não é minha. Elas já chegam com uma idéia pré-concebida.
b) Minha taxa de cesárea é baixa, cerca de 40-45%...
c) A taxa é de 20%.. De partos normais..
d) Minha taxa de cesárea está perto de 25%, o que ainda considero alta, mas estou tomando algumas providências para tentar baixar para os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde

8) Posso levar meu marido e uma acompanhante (doul a) para o meu parto?
a) Por mim você pode levar qualquer pessoa que faça você se sentir segura e tranqüila.
b) Porque? Você vai dar uma festinha no centro obstétrico? Quer ver seu marido desmaiando? Eu acho que um acompanhante já é muito.
c) Pode levar só o marido, mas só depois que ele fizer a preparação comigo, porque eu quero um aliado, não um inimigo me vigiando.
d) Não, eu acho que acompanhantes atrapalham, perturbam o ambiente, fazem muita pergunta, deixam a mulher insegura, ficam questionando o médico. Eu não atendo a família, eu atendo a gestante!

9) Você acha possível um parto normal depois de uma cesárea? 
a) Você está louca? Quem andou falando uma bobagem dessas para você? Deixa disso, minha filha, isso é coisa de natureba inconseqüente.
b) É possível, mas tem que usar fórceps para não ter um período expulsivo prolongado.
c) É possível se o trabalho de parto não passar de 4 horas.
d) É possível e é uma ótima opção, com grandes chances de dar certo.

10) Você acha que tendo uma gestação de baixo risco posso ter meu bebê em casa? 
a) Sim, o local do parto deve ser escolhido por você e seu marido. Se essa f or sua opção, devemos tomar algumas precauções, como ter um hospital relativamente perto para o caso de precisarmos de remoção. Mas geralmente não há necessidade.
b) Sim, mas eu não atendo partos domiciliares. Posso tentar te indicar um médico que faça.
c) Você enlouqueceu? Quer matar seu bebê? Quer se matar? Já pensou como é agradável sangrar até a morte com sua família te olhando sem ter o que fazer?
d) Sim, mas é muito arriscado. Muito mesmo. Você está com idéias muito românticas sobre o parto. Deveria fincar os pés no chão.

11) Devo fazer um curso de preparação para o parto? 

a) É bom, não porque você não sabe o que é certo, mas o curso vai te dar dicas preciosas, vai te dar boas sugestões para um parto agradável, vai te dar dicas de amamentação. No mais, você vai entrar em contato com outras gestantes, o que pode ser uma experiência bastante enriquecedora.
b) Bobagem. Na hora eu te digo o que é certo ou errado. Eu estudei 10 anos, pratiquei mais 15 e te garanto que sei fazer um parto. É só você ficar deitada quietinha que tudo vai dar certo.
c) Faça apenas o curso do hospital, para saber onde é a entrada, como são as rotinas do hospital, como se comportar e o que esperar.
d) Tanto faz. Você também pode ler essas revistas para mãezinhas que tem todas as dicas que você precisa de enxoval, decoração, exames médicos e tal.

12) Quantos exames de ultrassom eu devo fazer ao longo da gestação?
a) O ideal é fazer em todas as consultas e por isso eu já tenho um aparelho aqui no consultório. A gente já vai vendo a carinha do bebê, como ele se mexe, todas as partes do corpo e tudo o mais.
b) Você deve fazer pelo menos 4 para ver se o crescimento do bebê está bom.
c) Eu recomendo fazer o menor número possível de exames, pois ainda não foi totalmente provado que o ultrassom é inóquo. Algumas pesquisas apontam para uma posssível alteraçao no cérebro em bebês que passam por muitos exames na gestação. Só vou pedir esses exames se tivermos que confirmar algum diagnóstico.
d) O máximo que o seu plano de saúde permitir antes de vir aqui me atazanar a paciência.


Resultados - some os pontos:
1- a(2) / b(1) / c(2) / d(3)
2- a(1) / b(3) / c(2) / d(2)
3- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)
4- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
5- a(1) / b(4) / c(2) / d(3)
6- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)
7- a(1) / b(2) / c(1) / d(3)
8- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
9- a(1) / b(2) / c(2) / d(3)
10- a(3) / b(2) / c(1) / d(2)
11- a(3) / b(1) / c(2) / d(1)
12- a(1) / b(2) / c(3) / d(1)

Se seu médico fez entre 12 e 20 pontos: Fuja, saia correndo, ligue dizendo que você não está grávida, era um engano, foi apenas má digestão. Você tem certeza que ele tem um diploma válido em território nacional? Ter um parto com esse médico e sair ilesa é tão garantido quanto acertar na Megasena, sem ter comprado um bilhete.

Se seu médico fez entre 21 e 30 pontos:
 É melhor você trocar de médico e procurar alguém mais antenado com as novas tendências em atendimento obstétrico. Seu médico pode até ser bem intencionado, mas definitivamente é mal informado. Pode ser que dê um bom ginecologista, mas como parteiro deixa muito a desejar!

Se seu médico fez entre 31 e 37 pontos:
 O cara é fera, conhece e aplica as recomendações da Organização da Saúde e as evidências científicas. Aparentemente evita procedimentos médicos que podem atrapalhar o trabalho de parto. É respeitoso e honesto. Parece um cara do bem, um bom partido. Me arruma o telefone dele?

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Nasceu Beatriz! Após um lindo e longo parto natural!

Jamile e Paulo me conheceram no Grupo de Gestantes que coordeno no ComUnidade Gestáltica (www.comunidadegestaltica.com.br). No início estavam um pouco em dúvida se queriam passar pela experiência do parto normal ou se preferiam ter uma cesariana. Conversa vai, conversa vem, e após apresentar todos os benefícios do parto normal para mãe e bebê eles sabiam que não existiria outra escolha para eles senão o parto natural. Fomos conversando sobre seus medos, e o que eles poderiam fazer para ter um parto tranquilo e assim a certeza foi ficando mais clara e a ansiedade para que chegasse o dia também.

Quando Jamile começou a ter as primeiras contrações - inicialmente esparsadas de meia em meia hora, ela me ligou toda feliz e quando lhe perguntei como ela estava, ela respondeu "Estou ótimo, estou começando meu trabalho de parto!". Eu fiquei muito feliz por ela e conversamos que quando as contrações ficassem mais perto uma da outra nós voltaríamos a conversar e então nos ver.

No fim daquele dia ela ligou novamente, e as contrações estavam em 10 em 10 minutos. Ótimo! O trabalho de parto estava chegando mais próximo! De madrugada, as contrações passaram a ser de 5 em 5 minutos e de manhãzinha me arrumei e fui para a sua casa.

Chegando lá encontrei uma gestante linda, caminhando pela casa super a vontade, usando só calcinha e sutiã. Ela perambulava, agachava, sentava e respirava quando vinham as contrações. E o mais lindo foi este respirar da Jamile - quando vinham as contrações ela se concentrava e respirava, concentrada. Fazia inclusive um movimento com as mãos, super delicado, que me lembrava muito de uma bailarina dançando. 

O parto ativo (contrações mais fortes e ritmadas, de 3 em 3 minutos) começou por volta das 10h30. E lá ficamos juntas, ora dançando com as mãos, ora descansando. Por causa das contrações, ela não tinha conseguido descansar durante a noite, e por isso, quando cheguei, me certifiquei que ela descansasse e relaxasse no intervalo das contrações. Paulo, seu marido, foi fundamental durante todo o trabalho de parto - ele fazia massagens, foi buscar também almoço para nós três, e ficou sempre ao seu lado - lhe apoiando e respirando com ela.

Uma contração dolorida em casa
 Por volta das 15h conversamos e achamos que seria mais confortável irmos para a maternidade antes de entrarmos na fase de transição (depois dos 7cm quando o trabalho de parto fica ainda mais intenso). Paulo e Jamile foram no carro da frente e eu os segui com meu carro até o Hospital Ilha. 

Chegando lá fomos recebidos pela Dra Juliany, que estava de plantão. E com lindos 6cm da dilatação, bolsa íntegra e um bebê super saudável! Dra. Juliany foi bastante carinhosa com o casal e logo sugeriu que entrassem na banheira. 





Movimento da mão de bailarina durante as contrações


Assim foi a evolução, muito tranquila, centímetro por centímetro. Por volta das 18h30 a bolsa rompeu e o trabalho de parto começou a ficar mais pesado. 

Jamile ficou na banheira, na bola, caminhando e sempre que vinham as contrações ela parava e olhava para Paulo e os dois respiravam juntos. Eu ficava arrepiada e muito emocionada nestes momentos pois foi lindo ver o amor entre eles e a força de Jamile. 

O último centímetro foi o que mais incomodou e demorou, por causa de uma rebarba de cólo do útero. Jamile ficou no período expulsivo por cerca de três horas, amaciando o cólo e o períneo. O final do trabalho de parto foi conduzido pelo Dr. Fernando Pupin (querido), que segurou Beatriz às 00h10 do dia 02 de fevereiro, quando ela nasceu. 

Sorriso de quem colocou no mundo uma princesinha


O bebê nasceu muito bem, cheia de vérnix e super gordinha! Pesou 3275g e mediu 50cm!


Meus parabéns para este casal super conectado e por terem persistido e lutado pelo parto natural que vocês escolheram! Parabéns especial pela guerreira Jamile, que passou por todas as contrações super conectada e concentrada e colocou no mundo uma linda menina! Parabéns Paulo pela sua tranquilidade e pela força que desse para sua esposa! E parabéns para fofura Beatriz, que não baixou o batimento cardíaco em nenhum momento e continuou firme e forte durante todo o trabalho de parto!


O orgulho de ter batalhado pelo parto normal (P.N)
Com o papai coruja!



Feliz, feliz!

Carolina
Uma doula feliz!