Páginas

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Dicas de amamantação: Pega e posição corretas


Amamentação é um ato de amor, além de prover alimentação para o bebê. E por isso que dediquei esta semana inteira para lhes dar algumas dicas para facilitar a amamentação.

Em primeiro lugar, é importante a mãe estar tranquila e em uma posição confortável. As costas devem estar apoiadas, assim como o braço que sustenta a cabeça do bebê. O processo não deve levar muito tempo (cerca de 20 minutos por mamada, sendo que esta duração muda de bebê para bebê e também depende do tempo de vida dele), mas será realizado muitas vezes ao dia. Estando confortável, a mãe previne tensões, dores no pescoço e costas e torcicolos.

Outro cuidado importante é ter sempre ao lado uma garrafinha de água: amamentar dá muita sede! 

Se tiver muitas pessoas no quarto quando a mãe estiver amamentando, é legal que elas deixem o recinto por um momento e permaneça somente a mãe, o bebê e o pai, para poder participar deste momento e também auxiliar se necessário.

Quando for colocar o bebê para mamar, existem diversas posições possíveis, conforme a figura abaixo. Entretanto é importante notar que em todas as posições a cabeça do bebê está sempre de frente para o corpo da mãe. Não só sua cabeça, mas todo seu corpo. É importante notar que esteja mãe e bebê estejam barriga com barriga.



Em relação à pega correta, o bebê sempre deve abrir bem a boquinha e abocanhar toda (ou a maior parte) da aréola da mãe, não pegando somente o bico do seio. Se isto acontecer, ele irá somente chupetar, não sairá leite e acabará dando as famosas e temidas fissuras. 


Caso o bebê não abra a boquinha o suficiente, é possível ajudá-lo posicionando, levemente, o dedão no queixo do bebê. Se por acaso tiver que interromper a mamada antes de o bebê soltar o seio, é importante colocar o dedo mínimo ao lado do bico do seio para que o bebê sugue o dedo e solte a pressão.

 Configuram a pega correta:

Boquinha de peixe

Lábios voltados para fora

Nariz encostado no seio

Queixo próximo ao seio

    
Bochechas arredondadas (nunca covinhas)

Pegar toda a aréola, não somente o bico do seio

O bebê suga, faz uma pausa e suga novamente (sucções lentas e profundas)

É possível ouvi-lo engolindo

Outra dica que ajuda no processo de amamentação é retirar um pouco de leite e passá-lo na aréola e bico do seio. Ao fazer isto, esvazia-se levemente o seio e a aréola não fica tão rígida, facilitando a pega para o bebê. Além disso, o cheiro do leite estimula o bebê a sugar e mamar com mais vontade.

Espero que tenham gostado das dicas!

Um beijo,  Carolina.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Realeitamento: Notícias do (não mais tão) pequeno Henrique


Para aqueles que acompanharam a história de Melissa, Rodrigo e Henrique, que praticaram o aleitamento materno como uma alternativa ao uso da mamadeira (post disponível em: http://empoderando-se.blogspot.com.br/2014/08/realeitamento-uma-alternativa-ao-uso-de.html), tenho notícias fresquinhas e muito encorajadoras às famílias que vivenciam dificuldades parecidas!



Henrique ganhou mais 400g!

O nosso adorado está com 3200g e 51cm!

Fica aqui meus parabéns aos papais Melissa e Rodrigo pelo seu empenho! E já aproveito para desejar, antecipadamente, feliz mêsversário querido Henrique! Dia 30/08 fará um mês que você veio para alegrar o nosso mundo! 

Um beijo enorme da tia Carol
AMAmentar! Vale muito a pena!

Cuidados com as mamas na gravidez e pós-parto


Neste post iremos conversar um pouco sobre os cuidados com as mamas durante a gravidez e também no processo de amamentação (pós-parto).

Existem muitos mitos acerca do cuidado com as mamas no pré-parto. Muitas já ouviram falar da importância de colocar diversos produtos nos mamilos para evitar as fissuras e preparar as mamas: pomadas de lanolina, cenoura, mamão, entre outros configuram esta lista. Outro "cuidado" que muito circula entre as mulheres é  passar bucha ou a toalha fortemente nos bicos dos seios e mamilos, para que o atrito fortaleça-os e os prepare para a amamentação. Isto deve ser terminantemente evitado, pois pode provocar escaras e inflamação na mama, antes mesmo do final da gestação.

Glândulas de Montgomery
Os hidratantes também não devem ser utilizados nos  mamilos e bicos dos seios, isto porque estes podem bloquear as glândulas de Montgomery (aquelas bolinhas que ficam salientes nos mamilos). Estas tem um papel essencial na gravidez e pós-parto, pois secretam uma substância oleosa que limpa, lubrifica e protege o mamilo. 

Se quiser usar hidratantes, estes devem ser utilizados somente nos seios, não nos mamilos e bicos. 

Tomar cuidado também com banhos quentes e lavar excessivamente as mamas, além de não ter necessidade pode levar a ressecamentos.


Na verdade, no que concerne os cuidados pré-natais com as mamas, menos é mais!



O verdadeiro aliado e que deve ser utilizado (mas com parcimônia) é o sol! 


Expor as mamas ao sol por cerca de 10 minutos diariamente é um ótimo aliado e uma forma saudável de fortalecer os mamilos e preparar as mamas para a amamentação. É necessário deixar o raio UV tocar a pele, portanto é importante abrir os vidros e praticar um topless, mesmo que escondidinho dentro do quarto!

Além do sol deve-se acrescentar o leite materno aos cuidados pós-natais. Esta combinação é a mais indicada para cicatrizar possíveis fissuras e rachaduras nos mamilos e bicos do seio. As pomadas, por mais indicadas para a amamentação que possam ser, ainda possuem gosto e textura que podem prejudicar o processo de amamentação. Por isso, no caso de fissuras, o mais indicado é ordenhar um pouco de colostro ou leite materno, colocar nos mamilos e expor estes ao sol.


É importante também não utilizar absorventes de seio se houver fissuras! As secreções podem se solidificar e grudar no absorvente, fazendo uma ferida maior quando estes forem retirados. Utilizar as conchas de amamentação neste caso, pode ajudar no processo, pois o leite materno fica em contato com os mamilos, nutrindo-os e cicatrizando-os.

No próximo post, dicas para a pega e posição corretas! Excelentes para prevenir as fissuras e outros problemas de amamentação!

Obrigada por acompanhar!




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Realeitamento: uma alternativa ao uso de mamadeiras!



A maternidade é uma experiência real, vívida e cheia de desafios. 

Existem várias superações que já iniciam na gravidez e estas, também, acompanham o parto. Entretanto, este post tem o objetivo de contar uma experiência real de amamentação: cheia de amor mas desafios. 

Muitas mulheres produzem, desde o início da amamentação, a quantidade de leite necessária para o seu bebê. Outras tantas, produzem mais do que o bebê inicialmente precisa, e assim sofrem com os ingurgitamentos (mama empedrada). Outras, produzem menos leite, e por isso necessitam de uma complementação.

No caso da complementação, o problema é que normalmente os pediatras indicam prontamente o leite artificial e, inclusive a mamadeira, e isto faz com que o processo de amamentação estacione. Em primeiro lugar porque o uso da mamadeira é infinitamente mais fácil que mamar no peito, e o bebê pode desaprender a amamentar. No caso do leite artificial, o corpo não consegue compreender que deve aumentar a produção do leite, pois não "vê" que o bebê  precisa de mais e está mamando outra coisa que não o leite produzido pelo corpo. O que aumenta a produção do leite é amamentar mais vezes e também a retirada do leite com ordenha e este ser oferecido por um processo chamado de realeitamento. 



Realeitamento com sonda

Neste, é utilizado uma sonda nosográfica (tamanho 4mm ou 6mm) acoplada a um copo coletor (existe no mercado um produto pronto para isso chamado de Mamma Tutti), ambos esterilizados, em que o complemento é colocado e oferecido para o bebê. A sonda é colocada perto do bico do seio, permitindo que o bebê possa fazer o vácuo necessário para retirar o leite do copo coletor. Com isso, a produção do leite continua - por meio do estímulo da amamentação - e o bebê se alimenta do seio quanto do complemento. 

O aumento da produção de leite não é um processo imediato, aliás, o corpo desconhece este conceito. Nós não fomos feitos assim. É necessário um tempo para gestar, para parir, para produzir leite e para aprender a amamentar. É a nossa cultura imediatista, em que tudo deve ser para ontem, que ignora o tempo necessário do corpo. 






Melissa e Rodrigo foram meus clientes de doulagem, acompanhei sua gestação e também o parto. Nasceu um maravilhoso menino, Henrique. Lindo e cheio de saúde com seus 2805g, veio ao mundo e já começou a mamar. O processo parecia estar indo muito bem, até a primeira consulta com o pediatra que já quis introduzir NAN (leite artificial) pois ele não estava ganhando peso como deveria.

Melissa me procurou e já começamos a acompanhar a amamentação: a pega estava correta, a posição também, o intervalo de tempo entre as mamadas passou a ser reduzido mas mesmo assim Henrique não conseguia ganhar peso. Foi necessário muito carinho, calma, suporte e amor nesse processo. Amamentar não é um processo fácil, trás ansiedade, cansaço e muitas vezes as mães tendem a desistir. Entretanto a vontade de amamentar foi mais forte e em poucos dias os resultados positivos já foram notados.

Para que o bebê ganhasse o peso necessário, além da amamentação foi necessária a introdução de complemento nas mamadas: e isto foi feito com o próprio leite da Melissa, que foi ordenhado e oferecido para o Henrique através do realeitamento. Como Melissa ainda está no processo de aumentar a produção de leite, em algumas mamadas foi necessário complementar com o leite artificial. Tanto o leite materno ordenhado como o leite artificial sempre foram oferecidos pelo Mamma Tutti. Na última consulta com a pediatra, Henrique alcançou o peso do nascimento e portanto ganhou alta. Está mamando com intervalo maior entre as mamadas mas ainda utiliza o complemento (leite materno e leite artificial). Iniciamos o processo no dia 14 de agosto e no dia 22 de agosto o pequeno já teve alta. 



O processo de realeitamento consistiu nas seguintes fases:

1) Observar a pega e posição corretas de Henrique na amamentação.
2) Diminuir o intervalo de tempo entre as mamadas, reduzindo este a 2h.
3) Através da bomba, perceber o quanto Melissa estava produzindo de leite.
4) Tirar o leite com a bomba e oferecer com o Mamma Tutti no processo de realeitamento. Inicialmente tirávamos o leite durante a mamada, no seio que não estava sendo oferecido para Henrique, mas depois Melissa achou mais confortável retirar o leite entre as mamadas. Quando conseguia juntar 30ml, este era oferecido para Henrique no final da próxima mamada. O leite era guardado em um recipiente esterilizado, guardado na geladeira. E esquentado em banho maria (só para quebrar o gelo e atingir a temperatura ambiente) antes de ser oferecido para o bebe.

A produção foi aumentando muito, no primeiro dia foi difícil tirar 40ml durante o dia todo, e nos dias seguintes já tirávamos facilmente 35ml por ordenha.

Henrique em uma pega e posição perfeitas!

Espero que este relato ajude às mães a procurarem outras alternativas que ajudem o processo de amamentação. Fica sempre mais fácil quando temos alguém para auxiliar e dar suporte no processo de amamentação.  No caso da Melissa, ela conta com o apoio diário do paizão Rodrigo, quem lhe dá todo o suporte possível e amamentaria o Henrique se pudesse. Uma das falas mais legais desse paizão é que ajudando no Mamma Tutti, a esterilizar e preparar o leite para o complemento ele se sente mais parte do processo, se sente útil! Um brinde à maternidade e também à paternidade ativa!!!

Ainda estamos no início do processo, e esperamos que em breve Melissa esteja amamentação exclusivamente e sem necessidade de realeitamento ou complementação.

Que colinho gostoso
Obrigada por acompanhar! Qualquer dúvida, me coloco à disposição por e-mail (cm.horn@gmail.com).