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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Depoimento: Ciclo de uma gestação sob cuidados da minha querida doula Carol

 Hoje o post do blog é especialíssimo: um depoimento de uma cliente sobre como foi seu acompanhamento com uma doula.
Para mim, ouvir minhas clientes é sempre um presente! Quando elas me dão o privilégio de postar um depoimento tão bacana assim, fico lisongeada! Obrigada  Fê e Gilson pela linda oportunidade de estar com vocês!

Aproveitem o relato abaixo!


















"Quando me perguntam o que é doula, penso em como e quanto a Carol foi importante em todo processo do nascimento do nosso primeiro filho - o Gabriel.
 
Aí explico que ela não só nos acompanhou no dia do parto, mas também durante grande parte da gestação - desvendando nossas dúvidas, medos e expectativas em relação ao parto natural.
Como mulher, me ensinou o significado da palavra "emponderamento" - me tornar confiante e forte em minhas decisões, em especial à busca do conhecimento - que foi ele o principal para que soubesse que sairia tudo bem e que o Gabriel viria da melhor forma possível, afinal, não buscávamos apenas um parto.

Foram muitas sessões, entre idas e vindas para Floripa, minha terra natal, em busca de um parto que completasse um ciclo de vida - sim, sempre quis parto normal, e acreditava que fosse possível, embora atualmente são inúmeras as "desculpas" para se fazer uma cesária. E não queria um parto tradicional - queria um parto que respeitasse o momento do meu filho, meu corpo e que cuidasse dos meus sentimentos. E o principal: que ao nascer, ele viesse direto pro meu colo!

As semanas finais da gravidez foram se aproximando, e com 37 semanas e alguns dias, decidi ficar em Florianópolis para esperar a hora em que meu filho mostrasse que era hora dele nascer.
E a Carol sempre pronta pra me escutar e proteger, nessas últimas semanas de ansiedade, acompanhando cada sinal do meu corpo. O Gilson ficou em Floripa de vez nas 40 semanas, e a cada dia a expectativa aumentava. E mesmo quando o Gilson estava longe e eu com medo que ele não estivesse presente, a Carol me tranquilizava que o bebê só viria com a presença do papai, que eu era poderosa até em relação a isso.

Quando o obstetra disse que possivelmente iria pras 42 semanas, a Carol nos incentivou a ter uma baby moon na Praia do Rosa, ja que tínhamos hospedagem paga e que se sentisse alguma contração era só voltar. E lá fomos nós curtir um final de semana perfeito entre baleias dando show no mar, caminhada e conversas com o Gabriel, dizendo que estávamos prontos para a chegada dele! E todo mundo me achando louca em ter ido "nessa situação" - "vai que nasce na pousada ou dentro do carro ou que tenha que ter no hospital do Rosa sem teu médico!!" Que nada, o efeito emponderamento de saber exatamente quais sinais meu corpo estava dando e a possibilidade de poder contar com a Carol caso ficasse em dúvida me deixaram segura. Mesmo assim ela me mandava mensagens diárias pra saber como eu estava me sentindo.

41 semanas e o que sentia era a barriga endurecer seguida de poucas cólicas, que desapareciam com o passar do dia. E a Carol explicando que ainda não era trabalho de parto, e especialmente tirando todas as dúvidas do papai Gilson, sempre companheiro.
Durante a última semana foram muitos falsos sinais de trabalho de parto. E a Carol sempre preocupada em avisar onde estaria, na maior disposição e proteção.
Quando completamos 42 semanas exatas, as contrações tomaram ritmo. E ela veio até a casa dos meus pais para me acompanhar, olhando nos meus olhos e dizendo que enfim, estava chegando a hora.

Nos acalmou e pediu que o Gilson controlasse o tempo entre as contrações e como eu estava me sentindo, pedindo que ele a chamasse quando fosse a hora de ir para a maternidade.
Ela veio no início da madrugada, me analisou e me levou até a clínica, chamando meu obstetra - o Dr. Marcos Leite, que me examinou e constatou que apesar do ritmo intenso das dolorosas contrações, eu tinha apenas 1 cm de dilatação... Talvez ela tenha visto nos meus olhos a preocupação, ou frustração, mas me levou para subir escadas e caminhar pelo estacionamento, já que ficar parada não aceleraria o processo, apesar de todo cansaço que eu já sentia.

E ela praticamente me carregou, com palavras de incentivo, lembrando o quanto eu gostaria de estar passando por tudo aquilo. Ela e o Gilson foram anjos protetores. Quando eu já não conseguia mais caminhar, a Carol me levou pra banheira quentinha e acolhedora, onde a lua cheia - linda - me deu energia para enfim entrar na partolândia. Ela não esqueceu nenhum detalhe de tudo que contei pra ela em como imaginava aquele momento! Colocou as músicas que eu deixava tocando para o Gabriel dentro da barriga - MPB Baby Beatles, U2, Coldplay... E ela sempre acompanhando em como nos sentíamos, olhando nos meus olhos e dizendo que eu estava indo muito bem.

Foi quando enfim senti a bolsa estourar dentro da água - um alívio e uma sensação de querer fazer força. Ela chamou o Dr Marcos, que veio com a boa notícia - 9 cm de dilatação!
Aí a Carol me ajudou a encontrar a melhor posição para a chegada do meu bebê, que veio para meu peito as 5:34hs da manhã, de cócoras na cama. Ela esteve durante toda a madrugada conosco, em cada minuto. E lembrou, mesmo cansada, de dar em minhas mãos, o cordão umbilical pulsando. Momento lindo, que me fez esquecer qualquer dor. Com o Gabriel acolhido no meu peito, sentindo o cordão que nos unia, ela ainda tirou fotos.

Me mimou, cuidou de mim, e me levou pro quarto.

O que veio depois? O cuidado com a amamentação - que até hoje, depois de 42 dias, continua perfeita - e o cuidado com a bagunça hormonal do puerpério, que me trouxe uma insegurança que eu não sabia que sentiria.

E se me perguntam hoje o que é doula, não consigo definir com poucas palavras, porque ela foi tudo isso para nós, e hoje só trago carinho por ter tido uma profissional tão humana que cuidou tanto dos nossos sentimentos.

Obrigada Carol, o mundo precisa de pessoas como você!

Com todo carinho, deixo meu depoimento sobre teu trabalho! Com certeza quem mais agradece é o Gabriel, que nasceu cheio de saúde e forte - no momento dele!

Beijos dos amigos,
Fê, Gilson e Gabriel"