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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Nasceu Arthur em 07/04/2012 por uma mamãe guerreira!

Conheci Márcia no grupo de gestantes que ministrei em janeiro.
Desde o momento que nos conhecemos ela já mencionou que, apesar de querer um parto normal, sua obstetra havia indicado cesariana pois ela já ter tido uma cesariana (há quase 18 anos!!!).
Conversamos a respeito de tal indicação, já que cesariana prévia não é impedimento do parto normal. Quando conversou com sua obstetra a respeito ela disse que somente se sua cicatriz uterina estivesse bem formada (com mais de 4mm) poderia ser possível um parto normal. 
Perto do final da gestação, e com a cesariana já marcada (38 semanas e uma obstetra apressada) Márcia descobriu lindos 8,5 mm. "Passara no teste" de sua obstetra e assim poderiam ter parto normal. 
Ou não, pois segundo a obstetra ela já estava passando da data e assim marcaram a cesariana para as 39 semanas, depois para as 40 semanas... e quando ela chegou a quase 41 semanas já estava sem esperanças - estava quase cedendo à pressão da médica.
Eis que a natureza se fez, e no final de semana do dia 7 de abril se intensificaram as contrações. Pela tarde já vinham com força, mas ainda desreguladas.
Márcia e Cesar (seu marido) ficaram em casa, no chuveiro, caminhando, esperando aumentar as contrações.
Pelo final da tarde estava indo vê-los, quando eles me ligaram e disseram que estavam a caminho da maternidade - as contrações estavam muito fortes e eles não queriam mais esperar.
Eu imaginei que ainda estivesse cedo e que Márcia pudesse estar nervosa, mas o instinto da mulher é o que sempre conta e falei que me encontraria com eles na maternidade.
E lá chegamos.
Ela com muita dor, ele feliz e cansado. O esforço de esperar em casa compensou muito pois chegaram com 7cm! Fomos direto para a banheira.
Ficamos no escurinho enquanto a noite dava às boas vindas. O plantonista se apresentou e disse que iria romper a bolsa de Márcia, ela concordou prontamente - queria que Arthur viesse logo ao mundo. Lhe disse que nenhum procedimento precisaria que ser feito, somente se ela quisesse pois seu corpo estava respondendo lindamente ao trabalho de parto. Ela disse que não estava mais querendo esperar e queria apressar o processo.
Ao romper a bolsa, mecônio espesso se apresentou. O médico ficou muito nervoso, fez o toque e viu que ela estava ainda com 8cm e o bebê estava alto. Pediu que ela fizesse força na contração e o bebê baixou um pouquinho - ficou imensamente satisfeito. Na segunda contração, pediu que novamente empurrasse, mas neste momento o bebê não desceu como ele esperava. Apesar de o coração estar perfeito, decidiu operar. Disse que não se brincava com mecônio espesso. 
Existem controvérsias na indicação de cesariana, tendo em vista que BCF estava ótimo e ela estava bastante avançada no TP - entretanto, não pode ser contestada a indicação de cesariana.
Márcia estava cansada e frustrada, mas ficou imensamente feliz com a analgesia - suas dores eram bastante fortes. 
Antes do anestesista chegar, dançamos e rebolamos no Centro Obstétrico e acredito que o nascimento ocorreria tranquilamente se não fosse as intervenções do obstetra.
Márcia foi uma guerreira, que amparada pelo seu marido passou por um trabalho de parto inteirinho mas que não foi autorizada a parir por ela própria.
Fico feliz que o seu filho tenha nascido bem e com muita saúde e que ela tenha se recuperado muitíssimo rápido, mas sempre fica a interrogação do que teria acontecido se tivesse um obstetra mais humanizado ao seu lado.

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